Sem água não há vida, não há economia, não há turismo
A água vai continuar a ser um desafio mesmo em anos de chuva. Na autarquia, aposta-se na herança cultural e elege-se a habitação como prioridade.
1. Apesar dos últimos tempos de chuva, a questão da água no Algarve tem estado sob foco. Em traços gerais, diria que o Plano Municipal de Ação Climática é uma resposta e a melhor forma de prevenir o futuro?
Considero que os planos municipais de ação climática irão possibilitar nortear as ações que nós futuramente temos de tomar para limitar e reduzir as causas das alterações climáticas. E, por outro lado, prevenir também o impacto nas nossas vidas. É uma baliza, mas não é a arma principal. A questão da seca implica uma ação do Governo. Temos de continuar os estudos da barragem da Foupana, que pensar na questão da dessalinizadora, continuar a trazer água do Pomarão e investir na barragem de Alportel. Sem água não há vida, não há economia, não há turismo. Ao nível local estamos a fazer a substituição das condutas para evitar perdas de água e temos uma candidatura para uma intervenção na rede de saneamento para combater a intrusão salina. É importante o reaproveitamento das águas até para haver mais espaços verdes.
2. Tendo em conta a crescente atratividade do município com, como se refere, destacar no seu mandato como potenciador deste conceito?
O que eu destacaria para já é o enfoque que temos dado no facto de sermos a cidade representativa de Portugal na dieta mediterrânea. O selo da Unesco é um selo de qualidade e nós temos tentado apostar num território onde a gastronomia é de referência. Também potenciamos o consumo de produtos de época e locais, preservamos as paisagens, as nossas tradições, divulgamos o nosso artesanato, a empreita, a cestaria, os talegos… ações que temos levado a cabo de forma a ir passando esta herança às gerações vindouras. Por outro lado, temos tentado promover o território, com a questão da Tavira todo ano, com uma boa programação cultural. Investimos na reabilitação do cineteatro, estamos a intervir na Igreja Matriz e criámos um novo site muito vocacionado para quem procura a cidade como destino turístico. Também está sobre nós esse peso de preservar o património e é isso que também temos vindo a fazer.
3. Independentemente de quem conquistar a câmara, quais deveriam ser as prioridades do próximo mandato?
As prioridades são deste e passarão para o próximo. Creio que será a habitação. É a principal prioridade que temos de responder. O PRR possibilitou algumas candidaturas, mas infelizmente Tavira teve muito poucas habitações aprovadas. Com o apoio do Governo, deveríamos ter a possibilidade de contrair empréstimos com condições vantajosas para que possamos construir habitação para fixar jovens no concelho. Outra questão é a saúde e a aposta nos cuidados de saúde primários de que é exemplo a unidade de consultas externas e de meios de diagnóstico que estamos a construir, também financiada pelo PRR, mas com o esforço grande do município, e que permitirá deslocalizar as consultas. E depois, penso que as prioridades também serão sempre, obviamente, o enfoque nas pessoas, na causa social e na educação.