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Os novos desafios da mobilidade são encarados pelo município como apostas no desenvolvimento e coesão social

No Entroncamento, a ferrovia continua a ser um tema e um desafio atual para a autarquia a par da resposta aos problemas de habitação do município e à reabilitação do património edificado.

1. O município é conhecido, entre outras vertentes, pelos anos de ligação à ferrovia. É um assunto do passado? De que forma a autarquia se posicionou para os novos desafios da mobilidade?

A Ferrovia marca o nosso ADN, visível na nossa história, património urbano, cultura e memórias, memórias vivas partilhadas por quantos foram agentes ativos no desenvolvimento da ferrovia e, em paralelo, da cidade. Não é assunto do passado, é um desafio atual ao qual o município, no âmbito das suas competências e de diferentes formas, responde, nomeadamente, pela reabilitação dos Bairros Ferroviários – Bairro do Boneco, Bairro Camões e Bairro Vila Verde, vocacionados para habitação e para a vertente cultural. Os novos desafios da mobilidade são encarados pelo Município como apostas no desenvolvimento e coesão social. Na mobilidade suave, iniciámos a construção de uma rede de ciclovias, atualmente com mais de 11 km; implementámos o sistema de bicicletas partilhadas; integrámos a solução PART no Médio Tejo; fomos o primeiro município do Médio Tejo a oferecer acesso gratuito aos TURE (transportes urbanos do Entroncamento), inicialmente para a população jovem até aos 30 anos e desde outubro de 2024, gratuito a toda a população que use os passes mensais. Não esquecendo as questões ambientais, iniciámos a substituição da frota TURE e dos demais veículos municipais, por veículos elétricos.

2. Creio que uma das apostas da Câmara tem sido a estratégia local de habitação. Consegue destacar dois ou três pontos que contribuíram positivamente para esse desígnio?

A elaboração da ELH – Estratégia Local de Habitação do Entroncamento iniciou-se em outubro de 2020 e nela estão sinalizadas as situações de carência habitacional existentes e definidas as soluções habitacionais para estimular e promover a reabilitação do edificado público e privado, de acordo com as melhores práticas conhecidas, num total de investimento previsto de 12,1 milhões de euros. A ELH do Entroncamento constitui um instrumento de planeamento que pretende garantir uma resposta aos problemas de habitação do município e à reabilitação do património edificado com base nos objetivos dos instrumentos existentes, PDM, PEDU e ARU – Áreas de Reabilitação Urbana, anteriormente aprovados. Com a concretização da ELH do Entroncamento pretende-se garantir uma resposta concreta, não só às famílias que vivem em condições indignas no concelho, mas também às famílias com rendimentos intermédios que, nos últimos anos, por via do crescimento sistemático dos preços no mercado de habitação têm mais dificuldade de acesso.

3. Independentemente de quem conquistar a câmara, quais deveriam ser as prioridades do próximo mandato?

As pessoas devem ser sempre a prioridade: educação, habitação e inclusão social garantem equilíbrio social, crescimento económico e qualidade de vida.

Ilda Joaquim

Presidente da Câmara Municipal do Entroncamento