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Não concebo uma linha de desenvolvimento que não seja contínua

Arouca está focada em investir no aumento da oferta de habitação, em particular para os mais jovens. Porém, a conclusão da via estruturante está a atrasar o desenvolvimento.

1. Há um vasto programa de atividades nas áreas naturais do município. De que forma essas ações e o próprio Arouca Geopark vão impactar o futuro do município?

O Arouca Geopark tem na sua base e como linha orientadora fundamental uma estratégia de desenvolvimento sustentável assente na valorização dos seus recursos endógenos. Isto significa a preservação, o estudo e a divulgação dos recursos naturais, nomeadamente ao nível do património geológico, que nos enquadra na história da Humanidade, e que nos orienta para a forma como os devemos utilizar, sem perturbar o ecossistema. Sabemos bem, pelo contexto atual das alterações climáticas e do cuidado necessário com a nossa “casa comum”, que todas as ações que tenhamos no sentido da preservação e da reversão de más práticas são poucas. Estamos numa corrida contra o tempo! É uma linha de desenvolvimento que vimos seguindo, e em que os arouquenses estão também fortemente empenhados, estando sempre no centro da governação municipal.

2. Quais têm sido as principais dificuldades em atrair investimento, captar turistas e fixar residentes?

Investimos fortemente no alargamento e infraestruturação dos espaços industriais, respondendo assim ao dinamismo empresarial de todos os que investem neste território, pese embora um posicionamento geográfico desafiante, temos uma dinâmica turística forte e diferenciadora, reconhecida a nível nacional e internacional, e estamos a investir de forma intensa e focada no aumento da oferta de habitação, em particular para os mais jovens. Todavia, temos noção que nos falta um aspeto que altera tudo: a conclusão do troço em falta da nossa via estruturante. Com o último troço construído, entre a A32 e Escariz, a situação melhorou significativamente, mas precisamos do troço que falta (Escariz/Ribeira). Mas, sublinho, estamos a fazer o que nos compete: fortalecer a economia, com infraestruturas para acolhimento empresarial e com uma dinâmica turística consistente, e investir em habitação, permitindo, sobretudo, aos mais jovens fixarem-se em Arouca.

3. Independentemente de quem conquistar a Câmara, quais deveriam ser as prioridades do próximo mandato?

O trabalho autárquico nunca está concluído, e não concebo uma linha de desenvolvimento que não seja contínua, sempre focada no reforço da qualidade de vida de todos os que aqui residem e na atração e consolidação dos investimentos que aqui têm vindo, ao longo dos anos, a ser efetuados pelos nossos empresários, um território gerador de riqueza, de emprego, de valor para todas as gerações. É óbvio, como já referi inúmeras vezes, que a questão do acesso rodoviário é fundamental. Há conceitos e estratégias que funcionam menos bem (ou não funcionam de todo) sem os pilares estarem devidamente assentes. Nós temos feito o nosso trabalho, desenvolvendo a nossa estratégia de sustentabilidade, de dinâmica económica, de um turismo diferenciador, de investimento nas áreas prioritárias (saúde, educação, habitação).

Margarida Belém

Presidente da Câmara Municipal de Arouca