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Missão: um turismo mais sustentável

Minimizar os impactos negativos no meio ambiente, comunidades e economia, garantir uma distribuição justa dos benefícios gerados e promover experiências autênticas e positivas são os objetivos indissociáveis do turismo sustentável.

Portugal está cada vez mais dependente do setor do turismo e torná-lo mais sustentável pode ser uma grande oportunidade de crescimento. Para isso, é necessário ter uma estratégia de desenvolvimento assente nos três pilares de sustentabilidade: ambiental, sociocultural e económico.

No que diz respeito à sustentabilidade ambiental, é fundamental “minimizar o impacto causado pelo turismo, através da gestão adequada de recursos naturais, da redução de emissões de gases com efeito de estufa e do tratamento adequado de resíduos”, explica Francisco Dias, coordenador do Observatório do Turismo Sustentável do Centro de Portugal (OTSCP). Já no que diz respeito à sustentabilidade sociocultural, é importante “promover o respeito pela cultura, pelas tradições e pelos valores das comunidades locais, estimulando a participação ativa e beneficiando economicamente essas comunidades”, por fim, “procurar a sustentabilidade financeira e o equilíbrio económico do turismo, através do desenvolvimento de atividades turísticas que gerem rendimento e emprego de qualidade, sem comprometer a qualidade de vida das comunidades locais”.

Ao nível municipal o turismo sustentável traz inúmeras vantagens, pois vai contribuir para a dinamização da economia local, por exemplo, através da aquisição dos produtos produzidos localmente

Municípios e o seu desempenho sustentável

Ao nível municipal o turismo sustentável traz inúmeras vantagens, pois “contribui para a dinamização da economia local, através da aquisição dos produtos produzidos localmente, na contratação local, na fixação das populações e consequente redução da emigração e contratação de mão de obra do exterior”, o que dará mais resiliência às empresas e aos territórios, destaca Cristina Abreu, especialista em ambiente.

No entanto, para que isso se concretize, é fundamental a implementação de políticas orientadoras, que devem estar alinhadas de acordo com os objetivos e metas que cada município define para esta temática.

A par disto, e como defende a especialista, também existem algumas barreiras e limitações que impedem essa concretização, que “estão diretamente relacionadas com a falta de conhecimento e de competências apropriadas, quer nos municípios, quer ao nível empresarial e dos cidadãos, sobre a sustentabilidade”.

Já Francisco Dias defende que “as principais barreiras e limitações ao desenvolvimento turístico sustentável radicam no poder local, justamente porque não tentam seguir esse caminho”, uma vez que “o desígnio da sustentabilidade requer que se tomem em devida consideração cinco pressupostos em simultâneo: visão de longo prazo, diagnóstico competente, cultura de gestão participativa, sistema de governança e sistema de monitorização”. E isso não tem acontecido.

Seja como for, o coordenador do OTSCP defende que “o desenvolvimento sustentável do turismo não deve ser visto como uma meta, cujo alcance é merecedor de prémios e de pódios, mas como um caminho, em que as metas são apenas marcos de referência dispostos ao longo desse percurso”.